quinta-feira, 17 de abril de 2008

Alguma coisa acontece com meu coração.

Imagine que você tenha que fazer uma viagem rápida ao sul do estado, ir num pé e voltar no outro, com pessoas que você não conhece muito bem, inclusive o motorista do carro. Imagine que esse motorista, apesar de ser seu professor e chefe da equipe com que você trabalha, não tem o menor amor pela vida e consegue andar a 140 quilômetros por hora, nas estradas de Minas (ou seja, num lugar onde até o pensamento é curvo, mal existem 100 metros de reta), passando por todas as curvas e buracos da estrada sem diminuir a velocidade, além de fazer todas as ultrapassagens proibidas que você jamais sonhou que fossem possíveis. É claro que você está com medo da morte, certeza que não chega viva ao final do percurso, tenta se manter calma na cadeira, tenta manter o café da manhã no estômago e, principalmente, tenta manter o estômago no lugar dele.

Quando você já tem absoluta certeza que hoje é o seu dia, no final de uns 250 km aos quais você chegou, surpreendentemente, com vida, eis que Maria Bethânia canta no rádio, e naquele momento alguma coisa acontece no seu coração. Você não está em Sampa, está em Minas, no carro com mais três pessoas quase-desconhecidas, mas parece que a comunhão naquele momento é perfeita: parece que algo aconteceu no coração de todos vocês. Maria Bethânia canta e você não consegue entender porque lágrimas estão nos seus olhos, saltando deles já, e quem se importa com as outras pessoas ali, todos estão tão absortos e emocionados quanto você... É amor? Sim. Por Sampa? Não, por Minas.


Sim, eu queria dizer que amo Minas Gerias. Nunca disse isso antes, é até ultraje pois convivo com ela há quase cinco anos, digamos que aprendi a ser gente e ser útil aqui, nessa terra. Aprendi a amar os morros, as curvas, os campos, as matas, as cachoeiras, os rios, os pássaros (quantos pássaros). Aprendi a amar o povo, a comida, a música, os costumes, o folclore, o sotaque... Eu me sinto em casa, me sinto parte daqui. Não me sinto mineira porque acho que não tenho esse direito, é um título nobre demais pra alguém que está aqui há tão pouco tempo. Mas me sinto filha, filha adotiva, mas com amor grande de filha da terra.

Oh, Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais! =)

10 comentários:

Nina Ferrari disse...

está mais pra Minas...

E a Bahia.. e o Espirito Santo?

Que diabos tem nessa tal de Minas Gerais, que todo mundo se apaixona??

Quando eu te fizer uma visita ae... vc me mostra!! ;)

BjO

Lyra disse...

A imensidão do Brasil fascina-me e o teu texto comove-me!

Obrigada pela partilha.

Beijinhos e até breve.

;O)

Amigao disse...

"Que diabos tem nessa tal de Minas gerais..."
Acho que a resposta a este comentario está na letra da musica: Quem te conhece não esquece jamais.
Nâo conheço MG, sou carioca e moro em Sampa e sinto o mesmo que você.Por isso entendi perfeitamente o seu texto.
Também quero conhecer Minas, pena que não tem praia... E amanhã você estará lá no Sofá do Amigão, hein?

Leandro Neres disse...

Bela declaração de amor Loli, ainda vou a Minas o/ =)

Maya disse...

^^
Também aprendi a adotar uma terrinha que me adotou. Bom demais.

Adriano Caroso disse...

Lorena,

Eu amei esse seu post por muitos motivos e vou tentar explicá-los sem ser prolixo e chato, o que vai ser difícil.

Primeiro porque adoro escrever sobre impressões que tenho de outras terras que não a minha. Segundo porque já escrevi sobre "alguma coisa que acontece no meu coração" que Bethânia pode até cantar mas quem escreveu foi seu irmão Caetano. Terceiro porque sou apaixonado por Minas desde os 11 anos de idade e só vim conhecer um pouco dela em outubro do ano passado quando passei dois dias em BH. Mas, a música, me fez amar esse estado sem conhecê-lo e escrever um poema, que depois virou música, quando voltava. Por último, pela forma deliciosa que você aborda o assunto e por já ter vivido uma situação muito parecida com a sua, com um mineiro dirigindo por sinal, que eu tinha acabado de conhecer, nas ruas de Florianópolis. Pra você ter uma idéia, quando desci do carro disse ao cara: -Foi um prazer conhecê-lo mas no seu carro não entro nunca mais. Para tentar demonstrar o que estou falando, vou tomar a liberdade de te mandar alguns links de posts antigos que escrevi bem antes de você me visitar e acho que retratam o que estou falando agora neste comentário. Se você tiver saco para ler, entenderá.

Um grande beijo!
http://adrianocaroso.blogspot.com/2007/04/retiro-tudo-que-disse-so-paulo-de-llian.html
http://adrianocaroso.blogspot.com/2007/04/retiro-tudo-que-disse-entendendo-tica.html
http://adrianocaroso.blogspot.com/2007/10/natasha-letcia-que-bom-conhecer-belo.html
http://adrianocaroso.blogspot.com/2008/01/horizonte-belo.html
http://adrianocaroso.blogspot.com/2007/04/o-oramento-da-baia.html
http://adrianocaroso.blogspot.com/2008/01/muqueca-de-carmaro.html

Adriano Caroso disse...

Lorena,

O I. Explorer é realmente uma merda mas deveria funcionar você copiando os links e colando. Já que não conseguiu e gostaria de ler, no meu blog, no lado direito tem um link com meu e-mail onde diz escreva pra mim. Clique nele, me mande um e-mail e eu te respondo com os links que vai bastar você clicar e os posts vão abrir. Farei isso mais tarde pois agora estou saindo pra buscar Júlia no aeroporto.
Um grande beijo

tiago.augusto disse...

Há! sempre cabe mais uma filha aqui em Minas, e a gente adota com muito prazer! ^^

bjo!

Éverton Vidal Azevedo disse...

Uia! Nao conheço MInas ainda. Fiquei com ganas de conhecer... E de ouvir Maria Bethânia!

Dulce Miller disse...

Que lindo post, Lorena! Eu não conheço Minas, mas conheço pessoas que moram lá e que eu amo muito! Fiquei até emocionada...

Vim retribuir a sua visita e dizer que gostei muito do seu cantinho!
Seja sempre bem-vinda no meu, viu?

Beijão