quinta-feira, 24 de abril de 2008

Viagem Musical

Estava eu aqui hoje pensando em falar sobre o aumento do preço do arroz e nos problemas que isso acarreta, suas causas e conseqüências, já estava até com a forma do texto na cabeça. Mas sabe quando algo simplesmente parece muito mais atraente a você do que discutir os futuros problemas de alimentação do mundo? Então, música me parece muito mais interessante, e, na verdade, muito mais prazeroso de se discutir! Aprendi com o Amigão que o prazer é fundamental nos textos de um blog, e eu creio que ele se refira também ao prazer que dá escrever os posts, o prazer que dá discutir um tema que te deixa empolgado, com brilho no olhar, e tudo mais. Pois música está entre um dos meus assuntos preferidos para uma boa discussão.

Falando dela, então... Meu gosto musicar é peculiar, digamos, e bastante eclético dentro dos limites do humanamente suportável (não, funk não está dentro desse limite, e nem Calypso). Gosto desde Bossa Nova, como já expus no sofá do Amigão, a Tori Amos que, pra quem não conhece, é uma cantora e pianista americana um tanto controversa e polêmica mas, que na minha humilde opinião de fã, é genial. Mas o que torna o gosto peculiar é o fato de eu ser fissurada em coisas com mais de 25 anos de idade. Ou seja: músicas e artistas de época em que eu nem sonhava em nascer! O que eu já ouvi de amigos e até mesmo parentes, colegas de sala, vizinhos, conhecidos, desconhecidos, em relação às "velharias" que eu ouço não é brincadeira... Hoje em dia nem ligo mais, duro era quando eu tinha meus 10 anos e além de música infantil só gostava de bossa, Raul Seixas, Simon & Garfunkel e música clássica. Não é "nerdice", como muita gente pode pensar, mas o fato de ser isso que meus pais ouviam em casa e que eu aprendi a gostar com eles.

Aliás, se existe uma pessoa que influenciou desde sempre o meu gosto musical foi o meu pai. Aprendi a gostar de música brasileira com ele, mas também de música internacional; aprendi a gostar de rock com meu pai e de música clássica também (meu pai queria ser maestro quando criança). Ou seja, aprendi a ser eclética com ele! E aprendi a gostar das coisas que ele gostava, portanto o grande culpado por essa minha mania de "vinil" é o meu pai. Hoje em dia não ouço apenas os artistas que ele me apresentou e que eu acabei incorporando na minha lista de favoritos, mas já procuro coisas diferentes e apresento as "novidades" a ele, e acabamos compartilhando nossa paixão pela música e nossos pontos de vista.

Bom, não vou falar sobre todos os cantores e bandas que eu gosto, o post iria ficar imenso e, dependendo do grau do meu excitamento, maçante demais pra vocês, acreditem. Mas vou comentar um pouquinho sobre aqueles mais "velhinhos" e que são verdadeiras paixões. Nem todos conheci quando era criança, em casa, muitos descobri depois de adulta já e tive o prazer de apresentá-los ao pessoal de casa, com toda a empolgação de quem descobre algo novo. =)

Alguns deles:


Beatles



O quarteto de Liverpool foi um desses casos de descoberta quase que por conta própria. Digo quase porque meu pai ganhou um CD deles quando eu já era adolescente, e já havia saído de casa pra estudar, e foi esse o primeiro CD que eu ouvi. Apesar da influência ter partido daí, foi minha vontade de conhecer a tão famosa banda que me fez ouvir suas músicas... E é claro que não me arrependi! Hoje os Beatles figuram como uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos, algumas músicas marcaram grandes momentos da minha vida e algumas são parte de momentos pequenos na grandeza, mas de grande relevância... Ou seja, eles fazem parte da minha trilha sonora.

Um caso interessante: acontece que assim que eu assisti o filme "Simplesmente Amor" eu decidi que a música do meu casamento (tá, se um dia eu o tiver, se não tiver até dôo a idéia) seria "All You Need is Love", tudo por causa da cena linda do casamento que acontece nesse filme. Meu pai quando assistiu "Simplesmente Amor", anos depois de eu o ter assistido, veio comentar comigo como essa cena era perfeita e como ele acharia legal se no casamento de uma das filhas tocasse "All You Need is Love", exatamente como no filme... Como não podeira deixar de ser essa música se tornou minha favorita, quase um hino pra mim, e o reflexo exato de muito do que eu acredito para a vida. =)

Joni Mitchell



Essa foi outra que eu descobri sozinha... Sozinha não, por influência de um amigo querido que um dia me mostrou uma foto linda, da capa do álbum "Songs Of A Prairie Girl"... Me interessei, resolvi ouvir alguma coisa, e me apaixonei por Joni Mitchell à primeira ouvida! Essa cantora de folk canadense foi influência de diversas cantoras famosas hoje em dia, e até o Renato Russo fez um cover de uma de suas músicas no acústico do Legião Urbana. A música é "The Last Time I Saw Richard", uma das minhas preferidas do meu álbum preferido, o "Blue". Aliás, esse CD também faz parte da trilha sonora da minha vida. Todas as músicas têm grande significado pra mim, algumas me emocionam além da conta (como "River"), e eu choro feito um bebê quando ouço... As letras da Joni são extremamente poéticas, lindas e profundas. Não consigo sair "ilesa" depois de ouvir um de seus CDs, principalmente os de antes de 1975, que são meus favoritos. De lá pra cá a voz dela mudou demais, de um aveludado macio e ao mesmo tempo agudo, para uma voz rouca e grave, marcas de anos de cigarro... =(

Carpenters



Apesar de não existir CD do Carpenters na minha casa, eu me lembro deles na minha infância, lembro que meus pais gostavam e, se não me engano, já tiveram um disco deles há muito tempo atrás. A voz linda e grave de Karen Carpenter não me acompanhou no dia-a-dia da minha infância, mas sempre esteve no meu subconciente. Até que redescobri essa pérola agora, depois de tantos anos... e por tantos motivos, por tantos acontecimentos que me levaram a virar fã verdadeira, tantas coisas que me aconteceram ao som de Carpenters é que hoje eles são tão importantes pra mim. Não sei quantos gostam, quantos não gostam, nem sei se a maioria concorda comigo, mas a voz dessa mulher é uma das coisas mais bonitas que eu já ouvi... A emoção com que ela canta é quase ímpar. E mesmo não sendo compositores, são responsáveis por grandes clássicos da década de 70, como "Close to You", "Mr.. Postman", "Rainy Days and Mondyas", "We've Only Just Begun", "Sing"... Músicas que com certeza marcaram uma geração, e continuam marcando, pelo menos a mim e a tantos outros jovens que eu conheço que também são apaixonados por suas músicas.

Simon & Garfunkel



Ah, esses sim, influência diretíssima do meu pai! Imagina, eu passei minha infância tendo que explicar às pessoas quem eram essas duas figuras, porque quase ninguém os conhecia (bom, pelo menos não os alunos da 4ª série da escola em que eu estudava). Claro que não... Aposto que muita gente não os conhece nem por aqui, só se ouvirem alguma de suas músicas mais famosas, como "Mrs. Robinson" e "Bridge Over Troubled Water". Mas muitas das músicas dessa dupla têm sentido de infância, pra mim, têm o som do carro do meu pai, o cheiro da cozinha da minha mãe, o toque do tapete da sala, onde eu deitava pra ouvir o disco, as cores das rosas do nosso jardim... É só ouvir as músicas brilhantemente escritas por Paul Simon e lindamente interpretadas por Art Garfunkel, e o próprio Simon, pra um turbilhão de lembranças e emoções tomarem conta de mim, e me deixarem completamente nostálgica!
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Em casa eu ainda ouvia muitas outras coisas, desde Raul Seixas a maestros como Paul Mauriat e Ray Connif, aprendi a gostar de rock dos anos 70, como Creedence e Queen (apesar de meu pai gostar de coisas como Guns and Roses e Red Hot Chilli Peppers também), música disco e romântica, como Bee Gees, ícones da Jovem Guarda, boleros e serestas de Nelson Gonçalves(eu era provavelmente a única menina de 12 anos que sabia "Ave Maria do Morro" decorada), trilhas sonoras de filmes antigos (daí provavelmente veio a minha paixão pelos próprios filmes), além da própria bossa nova como já contei, e mais tantas coisas que hoje sinto falta. Sinto falta não porque não tenho acesso à essas músicas, mas porque a saudade é na verdade de uma época, de um momento, de um tempo em que eu podia deitar no tapete da sala de olhos fechados e acompanhar alguma sinfonia qualquer com o lápis servindo de batuta, enquanto esperava o almoço da minha mãe ficar pronto... Na verdade é saudade do tempo que não volta mais.
=)
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PS: as fotos são também links para vídeos, se alguém quiser conhecer um pouquinho dos artistas em questão.

10 comentários:

marcos disse...

"A voz linda e grave de Karen Carpenter não me acompanhou no dia-a-dia da minha infância, mas sempre esteve no meu subconciente." Carpenters é uma gostosura. comigo foi mais ou menos assim também.

Maya disse...

ADORO O TIMBRE DE KAREN! A-DO-ROOOO! Até hoje me pergunto como pode o mundo ter perdido esse talento pra PORCARIA DA ANOREXIA! Affff!!! Amo graves de todo tipo: contraltos como ela, contra-baixo, violoncelo, a região grave do piano... e as músicas dos Carpenters permearam minha infância inteirinha!

Nando Damázio disse...

Nessa questão de gosto musical também não tenho uma linha definida .. (Claro, não me venha com forró também, né, rsrs ..)

Cada pessoa tem sua paticularidade, algo que a toca mais .. Mas devo confessar que não sou muito ligado nas bandas que você citou, hehe, mesmo assim foi bom saber um pouco a respeito !!

Abraço !!

Lyra disse...

Olá, bom dia,

Passei por aqui só para desejar um excelente fim de semana e deixar um beijinho grande.

Voltarei na segunda-feira para te ler. Até breve.

;O)

Maya disse...

prialianca@hellokitty.com! Pómandar a música! ^_^

E Namázio, jamais confunda forró (pé de serra, baião, xote, xaxado, Gonzagão, Dominguinhos) com "forró-techno-brega", ok? =P

Amigao disse...

Eu vou contar uma coisa e talvez algum dia eu escreva um post sobre o assunto , o fato é que fui criado ouvindo MPB. Minha mãe gostava de roberto Carlos meu pai de Chico Buarque, Caetano, etc. Dai eu fui crescendo e parti pra Raul Seixas, Ze Ramalho, Rita Lee. Eu não entendo nada de Beatles, Carpenters, etc.O que é uma pena.Mas não diria que perdi minha vida, ora ela foi enriquecida com outros sons.
Excelente a sua viagem musical.

Lorena disse...

Ah, Amigão, fui criada a base de Toquinho e Raul Seixas, mas meus pais tb gostam mto de Chico Buarque e Roberto Carlos tb, então eu ouvi de tudo!
Só que sempre tive minhas preferências, e os itnernacionais estavam entre elas. =)

Éverton Vidal Azevedo disse...

Uia! De Pinduca a Beethoven eu gosto de quase tudo (dependendo da quantidade de cerveja até de Calypso).

A Lorena é um leque! \o/

Eu nao conheço (assim... conhecer MESMO) a maioria dos que você citou. Acho que de sua lista (fotos) só adoro os Beatles mesmos. Você citou bastante o Raul, eu sou irmao de sangue do raul :P.

Ei, sei pai é legal ein? temos gostos parecidos, eu curto muito o Guns e o Red Hot hahahaha.

Abraço aí pra família. Bj. Inté!

Ah... logo mandarei o endereço. Achei até que já tivesse mandado rs.

tiago.augusto disse...

passando pra dar um oi... =D
e eu achei q a Tori ia aparecer aí na lista... o.O

e tb pra falar q o post da bossa nova no sofá lá tb foi muito legal!

bjo!

marcos disse...

sim, sim! participo do Estrela do Sul. tu gosta de maracatu? beijo! e ja adorei teu blog, por ter me recebido com Amelie já de cara.