Sei que eu disse que não ia voltar a postar tão cedo, mas acontece que hoje recebi uma notícia muito chata e não consigo simplesmente não falar nada sobre o assunto. Uma "tia" minha, de quem gosto muito, está na UTI desde domingo e ninguém sabe o que ela tem. Já fizeram todo tipo de exame e estão fazendo mais, e não descobriram nada ainda... Tia Zete saiu pra comprar pão no domingo e não voltou. A família ficou preocupada, saiu atrás dela pra ver se tinha acontecido alguma coisa; ela já tinha sido levada para o hospital, e até onde eu sei, já estava na UTI quando eles chegaram lá. Parece que eu estou contando a história de uma senhorinha de idade, né? Mas não, minha tia tem 50 anos e é uma mulher muito, muito saudável e muito jovem, até, pra idade que tem. E isso é o que mais me preocupa... =/
Tia Zete é, na verdade, mãe de uma das minhas melhores e mais antigas amigas. Eu conheci Tiara logo que mudei pra Bahia, em 1995. Naquele ano eu e minha família tivemos quatro "casas" diferentes (sendo que uma delas foi o quarto de um hotel, por um mês), a última delas era a casa vizinha a essa família que hoje é quase como minha própria família (eu adotei inclusive os avós, chamos todos de vô e vó). Eu lembro que mamãe chegou em casa, dias depois de nos mudarmos, contando que naquela casa tinha duas meninas mais ou menos da nossa idade. Mais tarde, nas brincadeiras de rua e na febre do patins (quem tem entre 20 e 25 anos, um pouco mais, ainda lembra dessa época), eu conheci Tiara, que é um ano mais velha que eu, e sua irmã Taísa, que é um ano mais nova que Amanda, minha irmã. Tínhamos então 11, 10, 8 e 7 anos... E elas se tornaram as grandes companheiras de brincadeira para todas as horas. Era na casa de Ti que inventávamos casinhas, consultórios, supermercados "de mentirinha"; fazíamos a própria cidade da Barbie, e quando terminávamos de montar as casas ninguém tinha mais pique para brincar; brincávamos de gato-mia, esconde-esconde, pula-corda, adedanha, amarelinha, karaokê, tudo e mais um pouco; íamos ao clube juntas, todo santo sábado, e só revezava a mãe que levava ou que ia buscar (minha mãe ou tia Zete). Na minha casa a gente andava de patins e ouvia Sandy & Júnior, que aliás foi trilha sonora da nossa infância e pré-adolescência. Nas férias nós praticamente dividíamos nossas noites entre as duas casas: metade delas as meninas dormiam lá em casa e na outra metade nós dormíamos na casa delas. Foi com elas que eu aprendi a ser fã de Friends, e a maratona "Friends-toda-terça" começou na casa delas. Passamos a infância e a adolescência dividindo todos os nossos momentos: escola, amizades, aniversários, namoricos e paixonites, provas, vestibulares, mudanças, faculdade, casamento (Ti casou há dois anos e eu, claro, estava ao lado dela), alegrias e tristezas. E minha maior tristeza agora é não poder estar ao lado delas, que moram lá em Vitória e eu aqui em Minas...
Minha tia, como ela mesmo gosta que a gente chame, é uma pessoa muito alegre e muito carinhosa. Até hoje ela conversa com a gente como se fôssemos as menininhas ranhentas que ela conheceu. Acho que ela é a única pessoa que usa aquela "fala de bebê" com mulheres de mais de 20 anos e ninguém acha chato ou bobo; a gente adora, porque é transbordante de carinho. Ela e meu tio sempre foram as grandes referência de "crentes" (sem sentido perjorativo, por favor) que eu tive; não foram os primeiros amigos evangélicos dos meus pais, mas foram os que com mais amor viveram a fé que eu já conheci. Sempre souberam que nós éramos católicos e nunca, nem uma vez, foram preconceituosos ou vieram com "evangelicalismo", sempre respeitando nossa fé como nós a deles. Com eles aprendi a respeitar seus momentos de oração com muita reverência (as meninas tinham uma hora do dia para se dedicar à oração e à meditação, coisa que eu sempre achei bonita), a ver versículos meditativos espalhados pela casa (até no banheiro eles estavam presentes) mas nunca de uma forma ordinária, mecânica ou impositiva; eram sempre a meditação da semana, os versículos sobre os quais eles conversavam quando sentavam pra estudar a bíblia. Aprendi a ver Deus nas pequenas coisas que aconteciam naquela casa, nos pequenos detalhes Ele estava presente, e é uma das formas de Deus que me lembro com mais carinho da minha infância: a que aprendi na casa dos meus tios, sem nunca ter sido imposto a mim nada.
Outra coisa muito marcante na minha tia é a amizade e a cumplicidade que ela tem com as filhas. Aliás, é uma das famílias com hábitos mais lindos que eu já vi: eles são muito cúmplices e muito carinhosos uns com os outros, as meninas chamando meus tios de "mamãe" e "papai" até hoje. São muito, muito unidos, e sempre foi assim. Sábado era o dia da família, eles saíam juntos sempre, e não era raro eu e minha irmã estarmos em um dos programas "família" deles. E eles sempre estiveram com a gente quando precisamos... O último grande favor foi acolher minha irmã na casa deles, em Vitória, quando ela fez cursinho lá. Tia Zete fez questão que Amanda ficasse lá, porque era perto do colégio e ela poderia vir pra casa almoçar todo dia, na hora certinha... E tratou minha irmã como mais uma filha, como sempre ela nos trata quando estamos com ela, sempre no diminutivo, sempre com carinho, com preocupação, com amor de tia emprestada que muitas vezes é mais presente que as "de verdade".
Deus nos deu a amizade dessa família como uma das coisas mais preciosas, num momento em que precisávamos mesmo de amigos. E que Deus então esteja com a minha tia, que não a deixe correr riscos, que não a deixe ir embora... Porque ainda precisamos muito do carinho dela por aqui. Por favor, Deus...
Tia Zete é, na verdade, mãe de uma das minhas melhores e mais antigas amigas. Eu conheci Tiara logo que mudei pra Bahia, em 1995. Naquele ano eu e minha família tivemos quatro "casas" diferentes (sendo que uma delas foi o quarto de um hotel, por um mês), a última delas era a casa vizinha a essa família que hoje é quase como minha própria família (eu adotei inclusive os avós, chamos todos de vô e vó). Eu lembro que mamãe chegou em casa, dias depois de nos mudarmos, contando que naquela casa tinha duas meninas mais ou menos da nossa idade. Mais tarde, nas brincadeiras de rua e na febre do patins (quem tem entre 20 e 25 anos, um pouco mais, ainda lembra dessa época), eu conheci Tiara, que é um ano mais velha que eu, e sua irmã Taísa, que é um ano mais nova que Amanda, minha irmã. Tínhamos então 11, 10, 8 e 7 anos... E elas se tornaram as grandes companheiras de brincadeira para todas as horas. Era na casa de Ti que inventávamos casinhas, consultórios, supermercados "de mentirinha"; fazíamos a própria cidade da Barbie, e quando terminávamos de montar as casas ninguém tinha mais pique para brincar; brincávamos de gato-mia, esconde-esconde, pula-corda, adedanha, amarelinha, karaokê, tudo e mais um pouco; íamos ao clube juntas, todo santo sábado, e só revezava a mãe que levava ou que ia buscar (minha mãe ou tia Zete). Na minha casa a gente andava de patins e ouvia Sandy & Júnior, que aliás foi trilha sonora da nossa infância e pré-adolescência. Nas férias nós praticamente dividíamos nossas noites entre as duas casas: metade delas as meninas dormiam lá em casa e na outra metade nós dormíamos na casa delas. Foi com elas que eu aprendi a ser fã de Friends, e a maratona "Friends-toda-terça" começou na casa delas. Passamos a infância e a adolescência dividindo todos os nossos momentos: escola, amizades, aniversários, namoricos e paixonites, provas, vestibulares, mudanças, faculdade, casamento (Ti casou há dois anos e eu, claro, estava ao lado dela), alegrias e tristezas. E minha maior tristeza agora é não poder estar ao lado delas, que moram lá em Vitória e eu aqui em Minas...
Minha tia, como ela mesmo gosta que a gente chame, é uma pessoa muito alegre e muito carinhosa. Até hoje ela conversa com a gente como se fôssemos as menininhas ranhentas que ela conheceu. Acho que ela é a única pessoa que usa aquela "fala de bebê" com mulheres de mais de 20 anos e ninguém acha chato ou bobo; a gente adora, porque é transbordante de carinho. Ela e meu tio sempre foram as grandes referência de "crentes" (sem sentido perjorativo, por favor) que eu tive; não foram os primeiros amigos evangélicos dos meus pais, mas foram os que com mais amor viveram a fé que eu já conheci. Sempre souberam que nós éramos católicos e nunca, nem uma vez, foram preconceituosos ou vieram com "evangelicalismo", sempre respeitando nossa fé como nós a deles. Com eles aprendi a respeitar seus momentos de oração com muita reverência (as meninas tinham uma hora do dia para se dedicar à oração e à meditação, coisa que eu sempre achei bonita), a ver versículos meditativos espalhados pela casa (até no banheiro eles estavam presentes) mas nunca de uma forma ordinária, mecânica ou impositiva; eram sempre a meditação da semana, os versículos sobre os quais eles conversavam quando sentavam pra estudar a bíblia. Aprendi a ver Deus nas pequenas coisas que aconteciam naquela casa, nos pequenos detalhes Ele estava presente, e é uma das formas de Deus que me lembro com mais carinho da minha infância: a que aprendi na casa dos meus tios, sem nunca ter sido imposto a mim nada.
Outra coisa muito marcante na minha tia é a amizade e a cumplicidade que ela tem com as filhas. Aliás, é uma das famílias com hábitos mais lindos que eu já vi: eles são muito cúmplices e muito carinhosos uns com os outros, as meninas chamando meus tios de "mamãe" e "papai" até hoje. São muito, muito unidos, e sempre foi assim. Sábado era o dia da família, eles saíam juntos sempre, e não era raro eu e minha irmã estarmos em um dos programas "família" deles. E eles sempre estiveram com a gente quando precisamos... O último grande favor foi acolher minha irmã na casa deles, em Vitória, quando ela fez cursinho lá. Tia Zete fez questão que Amanda ficasse lá, porque era perto do colégio e ela poderia vir pra casa almoçar todo dia, na hora certinha... E tratou minha irmã como mais uma filha, como sempre ela nos trata quando estamos com ela, sempre no diminutivo, sempre com carinho, com preocupação, com amor de tia emprestada que muitas vezes é mais presente que as "de verdade".
Deus nos deu a amizade dessa família como uma das coisas mais preciosas, num momento em que precisávamos mesmo de amigos. E que Deus então esteja com a minha tia, que não a deixe correr riscos, que não a deixe ir embora... Porque ainda precisamos muito do carinho dela por aqui. Por favor, Deus...
8 comentários:
Lorena, que Deus possa te confortar e te abraçar neste momento, assim como todos que amam a pessoa especial que é a Tia Zete.
Descanse Loli, receba um abraço meu, muita força e paz para vc.
Saiba que vcs e principalmente Tia Zete estarão minhas orações...
Beijo e um abraço
Leandro
Loren, sinta-se abraçada por mim nesse momento que vc está vivendo, estarei rezando pela sua 'tia' e pode contar comigo no que precisar!!
Os amigos de infância são os que ficam na saudade. E qndo saão amigos de verdade a família dos nossos amigos, acabam sendo a nossa família, e é natural nos preocuparmos pq há amor!!
Estou torcendo para que Deus ajude a sua 'tia' e conforme os seus corações!!
Beijooos linda e mta força!!!
É, Senhor! Já basta o Leroi! :'(
Amém!
Não tinha lido ainda a notícia, Ló... tô chocada... queria muito ir pra um dos shows, mas a grana não vai dar esse ano. Não imagino como a banda vai estar emocionada... Dave, sempre tão cheio de alegria e energia, vai estar precisando mesmo é da energia do público pra se abastecer. E eu queria muito poder contribuir.
E vou orar pela sua tia que não é tia mas é tia assim mesmo, viu?
Xero no coração, minha flor!
Oi, Lorena!
É muito triste quando alguém que a gente ama vai parar no hospital...
Ainda mais quando vai para a UTI e ninguém sabe o que tem e este ente querido só faz piorar.
Coragem, minha querida!
Nestes momentos, só se pode confiar, esperar e rezar.
Um beijão!
Oi, Lorena!
Quase esqueci...
Sobre o teu comentário no Sensata Paranóia, no post DESPERDÍCIO DE ÓRGÃOS...
Fico muito feliz em ajudar de alguma maneira! Dia após dia, a experiência comprova e reforça para mim o poder mágico que as palavras têm.
Por isso eu não posso concordar com a Clarice quando diz:
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector.
Tudo aquilo que é escrito com a alma altera, sim, todos aqueles que forem tocados pelas nossas palavras... E nada do que eu digo são palavras ao vento. Eu desejo mais do que tudo, mais do que me expressar, tocar as pessoas. Esta é o combustível da minha criação.
Beijão!
Lô, fiquei comovida com essa história linda sobre família e amizade, ainda bem que compartilhou tudo isso conosco!
Força, minha querida... De minha parte, vou rezar também!
Grande beijo!
Nosssssa, que história bonita.O post é tão envolvente que me senti ali vivendo cada frase com você.
Oro a Deus para que a Tia Zete se recupere logo e que tudo volte ao normal.
Beijão querida!
Que linda história Lorena!
Você colocou a alma nos dedos. Praticamente mergulhei no texto, e senti uma grande afinidade espiritual com a tia Zete.
Agora eu realmente senti uma vontade de dizer: Aleluia! [:D]
Bj.
Inté!
Postar um comentário