(Alphonsus de Guimaraens Filho)
Nenhum poema se faz de matéria abstrata.
É a carne, e seus suplícios,
ternuras,
alegrias,
é a carne, é o que ilumina a carne, a essência,
o luminoso e o opaco do poema.
Nenhum poema. Nenhum pode nascer do
[ inexistente.
A vida é mais real que a realidade.
E em seus contrastes e seqüelas, funda
um reino onde pervagam
não a agonia de um, não o alvoroço
de outro,
mas o assombro de todos num caminho
estranho
como infinito corredor que ecoa
passos idos (de agora,
e de ontem e de sempre),
passos,
risos e choros — num reino
que nada tem de utópico, antes
mais duro do que rocha,
mais duro do que rocha da esperança
(do desespero?),
mais duro do que a nossa frágil carne,
nossa atônita alma,
— duros pesar de seu destino, duros
pesar de serem só a hora do sonho,
do sofrimento,
de indizível espanto,
e por fim um silêncio que arrepia
a epiderme do acaso:
(...)
Não há poema isento.
Há é o homem.
Há é o homem e o poema.
Fundidos.
-------
E hoje também é o dia mundial do Poeta... Aos amigos que o são, meus parabéns! ^^
Nenhum poema se faz de matéria abstrata.
É a carne, e seus suplícios,
ternuras,
alegrias,
é a carne, é o que ilumina a carne, a essência,
o luminoso e o opaco do poema.
Nenhum poema. Nenhum pode nascer do
[ inexistente.
A vida é mais real que a realidade.
E em seus contrastes e seqüelas, funda
um reino onde pervagam
não a agonia de um, não o alvoroço
de outro,
mas o assombro de todos num caminho
estranho
como infinito corredor que ecoa
passos idos (de agora,
e de ontem e de sempre),
passos,
risos e choros — num reino
que nada tem de utópico, antes
mais duro do que rocha,
mais duro do que rocha da esperança
(do desespero?),
mais duro do que a nossa frágil carne,
nossa atônita alma,
— duros pesar de seu destino, duros
pesar de serem só a hora do sonho,
do sofrimento,
de indizível espanto,
e por fim um silêncio que arrepia
a epiderme do acaso:
(...)
Não há poema isento.
Há é o homem.
Há é o homem e o poema.
Fundidos.
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E hoje também é o dia mundial do Poeta... Aos amigos que o são, meus parabéns! ^^
8 comentários:
A gente devia ter mais dias do poeta espalhados pelo ano, hoje li poemas belíssimos (como esse) graças a essa data. Será que é uma má idéa? =P
Beijinhos, flor!
Nossa, muito bom... Passando por Ferreira Gullar, Florbela Espanca, Fernando Pessoa e chegando aqui, puxa, a poesia é tão completa e perfeita que não se findam as verdades sobre ela... E esta poesia foi uma excelente tradução sobre a relação entre o poeta e o poema... Muito bom!!!
Bjos!
Leandro
Sim, sim, "homens e poemas fundidos"
A beleza de cada poeta está em sua forma/momento de se expressar, a poesia é uma espécie de alma poética, que exala amor, ternura, paixão, e tbm alguns sentimentos torpes... mas tudo é poesia!!!
Muito lindo!!
parabeéns, poetisa!!
Beijos
Que beleza de poema Lorena. (rimou? rs).
Aquele abraço amiga.
Inté!
Lorenaaaaaa!!!
Que saudade daqui! Que bom que minhas terapias ainda te ajudam... Rs... Adorei o poema! To nessa Vibe, é sempre a minha praia!!!
Tá acontecendo mil coisas na minha vida, muito trabalho, estudos, correria e coisas novas! Desculpe a minha ausencia e agradeço os fantásticos comentários... Aprendo demais com cada frase, história e exemplos... conselhos como os seus são valiosissimos!
Saudades daqui!
bjs e bom dia!!
Poema lindo, Lo...
Saudade de vir aqui... Ai, quando venho saio feliz, por poder ver coisas tão lindas assim...
Beijoooo
Lindo muito lindo seu poema minha criança!
Quantos sentimentos lindos já encontrei por aí.
Como vcs poetas sabem interpretar a vida com suas belas palavras que enchem nossos coraçãoes!
Beijos criança!
Vovó Rô!
gostei do final. realmente nao há poema isento, ele é uma extensão do poeta. eles sao um só, ainda que o tempo passe.
mas o melhor é que depois que alguem o lê, acaba se tornando dele também, ainda que pense e seja completamente diferente do poeta!
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